Saúde e Alegria / Brasil – www.saudeealegria.org.br
Há cerca de 30 anos, o infectologista Scanavino foi à Amazônia e viu-se como o único médico a atender 800 comunidades rurais. Notou que para muitos ali sua presença significava o primeiro contato com um profissional da saúde. Havia muitas mortes por verme, diarréia, desidratação.
Atualmente ele, seu irmão Caetano e uma equipe, mantém um barco-hospital que chega às áreas mais remotas da floresta. Para o médico, os dois lados (ele e a população de Santarém e arredores – outros três municípios que atende) têm obrigações e contra-partidas um com o outro. Fala muito dessa necessária parceria para que o trabalho se desenvolva bem.
O que faz o Saúde e Alegria
O projeto Saúde e Alegria atua na Amazônia desde 1987, contribuindo no aprimoramento das políticas públicas e na qualidade de vida e cidadania de cerca de 30 mil pessoas de quatro municípios a oeste do Pará – Belterra, Aveiro, Juruti e Santarém, onde fica sua sede. A transformação é realizada por meio de programas que visam a organização social, os direitos humanos, a saúde, o saneamento, a geração de renda, a educação, a cultura, a comunicação e a inclusão digital.
A população atendida é, em sua maior parte, de povos tradicionais extrativistas organizados em comunidades de difícil acesso na zona rural, geralmente em situação de risco e exclusão social. Seu lema é: “Saúde, alegria do corpo. Alegria, saúde da alma”.
O que Eugênio Scannavino diz em Quem se Importa
“Cada pequeno problema na comunidade é resultado de todos os fatores que envolvem aquela comunidade desde os culturais, sociais, econômicos, histórico, organização social. Então para você desenvolver uma comunidade, você precisa mexer com tudo”.
“A primeira estratégia foi estar junto com a comunidade. E estar junto com a comunidade não é o que muita gente acha, que chega lá um médico e fala: ‘Oh, eu não sei nada, eu vim aqui aprender com vocês!’. Ou então outro que chega lá e fala: ‘Olha vocês têm que fazer isso, têm que fazer aquilo, têm que fazer aquilo!’. São duas coisas erradas. Nós dois temos coisas a colaborar, temos contrapartidas e obrigações mútuas a serem realizadas. Então, é na realidade, uma parceria”.
“Quem é o governo? É um grupo que fica quatro, oito anos. Nós, empreendedores, estamos lá no Saúde e Alegria… eu estou há 20 anos lá em Santarém. Já passou vereador de montão, já passou prefeito de montão. Quem está lá todo dia? São os empreendedores que estão anos e anos todo dia aprendendo. Quem está lá? São as empresas que estão gerando emprego, estão fazendo aquele trabalho”.